Conheça a primeira DJ mulher do Brasil


Todo mundo agora é ou quer ser DJ. Artistas aproveitam a sua popularidade para animar festas, dando pinta de que entendem do riscado. Alguns até entendem, outros não. A Globo embarcou na onda e, recentemente, lançou o quadro Baladão do Faustão, uma competição onde alguns globais aprendem a “discotecar” e demonstrar seus dotes. O brasileiro Jesus Luz também trabalha como DJ e, depois de cair nas graças de Madonna, virou celebridade e prepara até um disco.

Mas, muito antes dessa febre toda, uma mulher resolveu animar baladas, criando sets com estilo. Sonia Abreu (que agora assina SoniÁbrêu por conta da numerologia), começou nos anos 70, dividindo a cena com nomes como Big Boy , que foi pioneiro da música na TV e no rádio,famoso por seu jargão “Hello crazy people!”
Mas vou falar aqui da Sonia. A figura em questão tem muitas histórias para contar. Quer saber algumas?

Foi produtora musical da rádio Excelsior/Globo de São Paulo, nos tempos em que as rádios ditavam o que seria ou não sucesso (1968 e 1978). Na emissora era colega de trabalho de Silvio Santos, que também estava iniciando sua trajetória. Olha a foto!
Também foi produtora da gravadora Som Livre e responsável por coletâneas inesquecíveis como: “Papagaio Disco Club”, “Excelsior, a Máquina do Som”, entre outras.
Quer mais? Nos anos 70, quando a profissão de DJ ainda era praticamente ignorada, ela foi a primeira DJ mulher brasileira da noite paulistana, comandando a fervidíssima pista do Papagaio Disco Club, criado pelo empresário Ricardo Amaral.

Escrevia para a Revista POP (putzzz, que saudades dessa revista e desses tempos!). Recebeu o Disco de Ouro por lançar a música “Automatic Lover”, ‘cantada’ pela versão brasileira da australiana D.D.Jackson, interpretada por Regina Shakti, que hoje é professora de Yoga. Automatic Lover virou hit no programa do Chacrinha e a música fez parte da trilha sonora da telenovela Dancin' Days, em 1978. Além de ser a sua criadora, era Sonia quem se vestia de robô para se apresentar ao lado da cantora.
O auge da ousadia de Sonia Abreu foi nos anos 80, quando transformou um ônibus em uma “rádio-móvel”, batizada de Ondas Tropicais. A engenhoca fazia a festa pelas ruas de São Paulo, em lugares como Rua Augusta, Praça do Pôr–do-Sol, Parque Ibirapuera, Bosque do Morumbi , entre outros
Estamos em 2010 e Sonia Abreu segue firme e forte, botando todo mundo pra dançar e fazendo a trilha sonora de festas, eventos e lugares descolados.

A foto ao lado foi feita em Florianópolis, durante uma série de eventos do Circuito Cultural Bradesco que percorre o Brasil com apresentações semanais, uma em cada Estado.
Elba Ramalho comandava o show, mas após sua apresentação não resistiu e subiu ao palco para prestigiar Sonia e suas Ondas Tropicais. “Elba subiu ao palco e foi me prestigiar, que honra!”, festejou a DJ.
Adoro pessoas que têm boas histórias para contar. Sonia é uma colecionadora delas. Em 1986 ela fez até a trilha sonora da passagem do Cometa Halley pelo céu, em um evento em Campos de Jordão.
É isso. Para quem quiser conferir os sets incríveis de SoniÁbrêu, vale saber que ela toca todas as quartas-feiras no Bar Ringue, lugar descolado, criado pelo chef e restauranteur Cássio Machado

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